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Juliana Silveira sempre esteve ligada a mocinhas românticas e pouco sensuais. Em "Chamas da Vida", porém, a atriz de 28 anos mostra uma nova faceta, através da irreverente e sensual Carolina. "Ela não é mocinha nem vilã. É um ser humano, que sente inveja, raiva, chora, sofre, faz planos e se dá mal...", descreve.

Juliana se empolga ao falar sobre a protagonista da trama das dez da Record, mas antes de a novela estrear, sofreu um bocado. "Era tudo muito novo. Não tive como evitar o frio na barriga", confessa, aos risos.

A insegurança de Juliana, no entanto, durou só até ela ficar sabendo do resultado dos primeiros grupos de discussão realizados pela emissora para avaliar a aceitação da novela pelos telespectadores. "Quando a Carolina foi aprovada em todos os grupos, dos novos aos velhos, relaxei. Falei: estou no caminho certo!", lembra. Ela acredita que tão boa aceitação se deve ao constante diálogo que mantém com Cristiane Fridman e Edgard Miranda, autora e diretor da trama. "Converso muito com os dois para saber o que precisa ser acertado. Me deixa bem mais segura", admite.

Para Juliana, o grande diferencial da novela e, particularmente, da sua personagem é que ela foge do óbvio. Acostumada a interpretar mocinhas convencionais - do tipo que sofrem as maldades das vilãs do início ao fim da trama -, ela diz que a opção da autora pelo naturalismo foi a mais acertada para a personagem. Tanto que, meses antes de "Chamas da Vida" estrear, começou a compor, com a ajuda da preparadora de elenco Helena Varvaki, o perfil de Carolina. Queria aproximá-la ao máximo da realidade. "Hoje, fazer a mocinha acontecer é um parto. Ainda mais porque as pessoas gostam, cada vez mais, dos vilões", nota.

Uma simpatia que Juliana acredita possuir também. E, apesar de extremamente satisfeita com o seu currículo recheado de mocinhas certinhas e angelicais, a atriz sonha interpretar uma malvada. Aliás, a experiência como Carolina, uma jovem com um comportamento bem diferente do que se espera de uma mocinha convencional, está sendo uma espécie de "laboratório" para estrear no terreno da vilania.

"Tenho muita vontade de fazer uma vilã. Mas quem decide o meu caminho são os diretores e a emissora", brinca, bem-humorada.

Há quase quatro meses no ar como a forte Carolina, Juliana tem um carinho mais que especial pela personagem. Não à toa, faz questão de assistir à novela todos os dias. Tanto para fazer uma auto-análise quanto para avaliar o trabalho de seus colegas. Até porque, segundo ela - apesar de ser a protagonista da trama -, o sucesso da história depende da unidade da equipe.

"Torço para que todo mundo desempenhe bem seu papel. Não existe história de um personagem só. A novela é um trabalho de equipe", conta a atriz, admitindo que a única diferença entre a protagonista e os demais personagens é o volume de cenas para gravar.

É nítido o orgulho de Juliana com o atual momento de sua carreira. Na pele de sua terceira protagonista - depois da Júlia de "Malhação", em 2002, e da Flor, de "Floribella", em 2005 -, ela deixa transparecer que, com a ousada Carolina, está conseguindo direcionar sua carreira da forma que planejava. Com contrato com a Record até 2011, Juliana confessa que, no início, sentiu medo de estreitar um vínculo tão longo e depois se arrepender. "Pensava: 'e se eu morrer? Se não quiser mais ser atriz?' Essas questões existenciais de atriz maluquete, sabe?", relembra, aos risos. Hoje, contudo, ela sabe que tomou a atitude certa. "Estou super feliz. Zero arrependimento", jura.

(Por Carla Neves, UOL)


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